sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Porto de Galinhas - 04/08/2008




Chegamos as 1h30 da manha, vôo tranqüilo, todo mundo cansado, se acomodando nas poltronas enrolados em si mesmo, tentando tirar uma soneca de 3 horinhas (tempo de vôo).











Adoro viajar de avião mas eu não entendo pq a porra do ar condicionado tem que ser tão forte? Sinto como se o povo brasileiro estivesse passando por uma grande menopausa, todos com pavor de suar ou ficar um pouquinho com calor, como se fosse um sintoma de doença horrível.

A primeira impressão foi a melhor possível. O clima é quente, as pessoas são amáveis, o sotaque é gostoso de se ouvir. O hotel é bem maneiro, mas ainda não deu para sacar todas as possibilidades pois fomos dormir as 3h da manhã e dormi como uma âncora.

Acordamos (meio com preguiça da minha parte e maior disposição do Pedro) as 9h. Resolvi tomar meu banho matinal. Sim, sou limpinha e tomo banho, no mínimo, de manhã e de noite. Fomos para o café da manha, já de biquíni e canga, etc. No café, resolvi que ia comer tapioca todos os dias de estada aqui. Tem um senhora, que prepara na hora, fresquinho, com coco e manteiga. DILIÇA!!!

Hoje fizemos um passei chamado “De ponta a ponta”. Aos pouco descobri que aqui eles adoram dar estes nomes brega-kirtsch para tudo. O passeio é feito de bugre e vai desde a Praia de Muro Alto até Maracaípe. Antes de sair, eu, uma vela de brancura, passei protetor no rosto e ombros, eu não tinha idéia de como isso foi pouco, muito pouco.

O nosso guia foi o Jó, que tinha muita paciência... Começou com a Praia de Muro Alto. Ficamos em torno de 2 cervejas nesta praia ampla, sem ondas, águas mornas e calminha devido aos recifes, já mortinhos e endurecidos que fica há 1km da praia, formando um paredão – que se pode subir facilmente e atravessar para o mar. Daí o nome Muro alto.

De lá fomos para a o porto na Vila e fizemos o passeio de jangada até as piscinas naturais. São varios corais, pertíssimo da praia, que durante a maré baixa formam piscinas cheias da mais bela, irritante e perigosa vida marinha: peixes “sargento”, estrelas do mar, peixes-gato e muito, muito, muito ouriço. Como sou muito comunicativa, fiz alguns amiguinhos ouriçados que até me deixaram segura-lo sem me atacar. Acabei descobrindo que eles são tão perigosos como uma folha de papel. Nunca, nunquinha ande num coral sem chinelo-daqueles-prendem.

Pegamos a estrada (de bugre) e com tanto mergulho, sal, sol e vento o bloco formado por testa, nariz, ombros e braços se transformaram em algo da cor vermelha-alaranjada-toda-se-ardendo-só-de-respirar. Fomos para Maracaípe, praia de surfista, descolado, uhú, maluco! E lá na ponta: um manguezal com o encontro do rio com o mar.

domingo, 3 de agosto de 2008

Então, tô indo!

Ainda to aqui em casa, acabei de fazer as malas! Um saco! Eu sempre levo ou muita roupa ou roupa de menos! Então por conta disso, resolvi sempre levar mais roupa mesmo...Pelo menos vou estar bem vestida! É tão bom viajar no fim do dia, de madrugada quase! Dá para fazer tudo em casa (olha aqui a Amélia falando), dá para arrumar a mala com calma e ainda ficar descansando! Porque férias dá uma canseira!


Acima uma foto meramente ilustrativa de como estarei em algumas horas. Aliás, eu amo estar em trânsito, amo ficar em Aeroportos, rodoviárias, pontos de ônibus e congêneres. É aquela sensação que só as velhinhas fuxiquentas, observadoras e perspicazes do interior compartilhavam ao ficar no fim das tardes, religiosamente na janelas de suas casas analisando, com cérebros de águia, a vida dos outros. Eu sou uma velhinha destas. E minha janela é nos aeroportos. Aquele trânsito todo é fascinante. As esperas, os intervalos, os diálogos, os tipos que passeiam, se agrupam e atuam naquele ambiente são interessantíssimos. Passar algumas horas ali é diversão pura! Melhor, só no avião! Quando nos deparamos com 2 momentos da mais contraditória e divertida sensação proporcionada pelo cérebro: a decolagem e aterrisagem... Mas isso fica para outra hora!

terça-feira, 29 de julho de 2008

Porto de Galinhas, aqui vai mais uma...

Finalmente, depois de tanta indecisão, discussão, puxão de cabelo, terror psicológico e tortura chinesa, me decidi aonde vou passar aqueles infinitesimais 15 dias de férias, os quais tive que lutar no gel com 4 gordas suburbanas de bigode aqui do trabalho para conseguir: PORTO DE GALINHAS.


Quem me passou tudinho foi minha amada chefinha, que descolada, emancipada, antenada e viajada já conhecia. A praia venceu. Quero sombra, rede, cerveja, cigarros e um ócio tão grande que chegará a inutilizar meus músculos por muito tempo. Quero ferrar (para não dizer uma palavra que termina com a 2ª vogal átona que soa com timbre fechado após a colocação do circunflexo) com meus pulmões e fígado. Quero me queimar e voltar da cor de "Gabriela". Quero nadar, nadar, dar cambalhotas e me sentir uma artista sendo paparazzida numa praia deserta. Quero dormir, dormir, dormir, dormir. E acordar com mais sono! Então dormir, dormir, dormir! E só ter passado 2 horas. Quero não ter hora, não ter obrigação, não ter que "conjugar nenhum verbo" a não o querer... E sempre na primeira pessoa!

terça-feira, 8 de julho de 2008

Ir ou não ir? Eis a questão!

Agora, que acabou a disciplina, vou continuar postando sobre minha vidinha de viagens.
E como fim de período, férias escolares e férias no trabalho, me deparo com um grande dilema: AONDE VOU NAS FÉRIAS?
A princípio, as benditas estão marcadas para agosto, mas quem sabe mesmo quando eu vou tirar não é nem Deus, é mesmo a minha chefe! She's got the power! Mas conto com meu sorriso cândido e meu olhar pidão para convencê-la a me dar meus outros 15 dias de descanso.
Nestas férias eu tinha decidido não fazer p#$% nenhuma! Tô cansada, a beira de uma estafa mental e física, então não queria saber de nada! Mas sabe como é, começa a dar uma comichão pensar em 15 longos dias, sem fazer nada e tô pensando em algumas possibilidades.
Opção 1 - Esquiar no Vale Nevado (Chile)
Agosto na América do Sul, vai tá frio, um gelo e as estações de esqui bombando! Então pensei em me enfiar num lugar desses, contratar um professor de esqui e me arrebentar fisicamente durante o dia, enquanto a noite faço aquilo para o qual nasci: como, bebo e durmo... To super propensa a esse passeio. Afinal, amo neve e esqui deve cansar para caramba! Um espetáculo!

Opção 2 - Cancún
Se aqui tá frio, lá para cima do Equador tá superquentinho, paradisíaco e animador. Além disso, como estou cansada e esgotada, seria ótimo ir para um Resort, ficar largada na areia, dar mergulhos em mares azul berillo e dormir muito.

Opção 3 - Montanhas Russas, em Orlando

Desde que fui à Disney na Europa fiquei viciada na adrenalina que uma montanha russa com vários loopings, força G alta e alta para caracoles proporciona. É tanto medo, excitação e ânsia circulando nas veias que se quer mais, mais, mais, até explodir de tanta aflição. Sexo perde! Então pensei em passar uns 5 dias na Flórida, só indo à parques de diversão. Afinal, Estados Unidos não tem muito mais a oferecer mesmo!

Enfim, vou fazer a cotação com agências de turismo. Quando me decidir, aviso!

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Paraty

Localizado na costa verde do Estado do Rio de Janeiro, Paraty é um lugar privilegiado. Com montanhas, cachoeiras e uma cidade histórica de arquitetura colonial quase a mergulhar num mar verde esmeralda.

Ao chegar em Paraty nos sentimos voltando no tempo. Além de suas belezas naturais, ainda bastante a salvo da invasão de turistas sem consciência ecológica, sua história é fascinante e relevante para o contexto histórico do Brasil. Tombada pelo patrimônio histórico nacional, foi fundada em 1667. Nessa época, seu mar servia de porto de saída para ouro e pedras preciosas que vinham de Minas Gerais. Era a famosa trilha do Caminho do Ouro que termina em suas ruas e até hoje pode ser percorrida, ainda resgatando seu charme e elegância.

Onde ficar? Onde comer? O que fazer?

Em suas ruas de paralelípedos não é permitido a circulação de automóveis, assim, evite saltos e percorra todos os lugares, principalmente à noite, quando fica bem movimentado.
As pousadas no centro histórico costumam ser mais caras, no entanto as que ficam na reta principal são bem mais em conta. A Pousada Eclipse e da Marquesa são duas boas opções. A primeira fica mais afastada e é mais econômica. Possui um café da manhã muito bom. A segunda é no centro histórico.


Paraty possui muitas fazendas de engenho e uma cachaça de ótima qualidade. Um programa imperdível é conhecer alguma destas fazendas e beber uma "provinha" de cada aguardente. A Fazenda Murycana é um ótimo lugar e ainda mantém vário objetos da época em que pertencia à D. Pedro II, servindo de residência (e lugar de encontro) para o príncipe regente e a Marquesa de Santos.



Faça um passeio de barco pelas ilhas da costa de Paraty. O passeio dura em torno de 4 horas e além de parar para as pessoas mergulhar em várias enseadas, ainda mostra muitas ilhas particulares, como a do Amir Klink e a de Sérgio Naya. Os barcos saem de manhã cedo (as 9h) no porto que fica no Centro Histórico.





Separe um dia e conheça Trindade. Vila de Pescadores que ficou famosa a partir dos anos 70 na comunidade hippie. Nos anos 80, se tornou lugar da moda. O acesso é pela Rodovia Rio-Santos, na altura do km 268, e está localizada a 30 km de Paraty, dentro da APA do Cairuçú.



O prato típico de Paraty é o camarão casadinho. São 2 camarões grandes (ou melhor, enormes), enrolados, fritos e recheados com farofa, servidos com arroz e fritas.

terça-feira, 24 de junho de 2008

Londres - Capítulo 2/2

Onde ficar


Em Londres, além dos conhecidíssimos e muito bons Albergues, outra opção são os Guest Houses, isto é, um Hostel com jeito de pousada pequena. Normalmente gerenciados por familias, possuem preços bem mais econômicos. O Lavender Guest House fica em Clapham Junction, mais afastado do centro (há 2 estações da Victoria Station) e num bairro residencial de classe média alta e a diária para casal custa £ 60 (60 pounds). O dono é uma figura!



Onde comer

Infelizmente, Londres não prima pela boa culinária. O café da manhã é muito pesado contendo ovos, bacon, feijão. O prato típico é Fish & Chips (peixe e fritas), que é empanado e frito com gordura demais para mais de uma vez por semana. O café é muito fraco. Sobra o chá e a cerveja. Para o chá, economize um pouquinho e vá tomar um tradicional chá ou chocolate na estonteante Harrods. Vale a pena pela suntuosidade do lugar. E à noite (mas não muito tarde) não deixe de beber uma cerveja Ale ou Lager ou Stout em algum dos inúmeros pubs. Imperdível.

Onde ir




Buckingham / Big Ben / London Eye

Se desçer no metrô da Trafalgar Square dá para ir a pé e passar por Big Ben, Westminster Abbey, Parliaments, Horse Guards, St. James Park, Palácio de Buckingham (as 11h30 diariamente durante os meses de Verão e em dias alternados durante o inverno) e London Eye (aquela roda gigante enorme e imponente as margens do Rio Tâmisa).




Madame Tussaud's

Ao sair vá para a estação de trem da Baker Street, lá tem o Museu de Cera Madame Tussaud’s (abre as 9h30). Além de se divertir tirando fotos com muitas celebridades, tem uma galeria que conta a história de Londres e outra chamada The Chamber of Horrors que mostra a parte londrina mais mórbida. Muito legal!





Harrod's

Descendo em Knigthsbridge (metrô), pode-se ir para Harrod’s. A Harrod’s pertence ao empresário egípcio Mohamed al-Fayed e é de deixar com água na boca pela sua suntuosidade. Fecha às 19h00! Façam compras, comam e tomem o chá que mencionei acima.





London Tower

A London Tower (Torre de Londres) não é uma Torre é um palácio enorme, então prepare-se para passar muitas horas ali dentro. Fascinante, misterioso e muito peculiar. Até o século XVII foi a residência da Família Real, depois passou a abrigar os monarcas que seriam coroados. Sua função ao longo do tempo mudou e já foi um lugar de execução e tortura. Teve muitos prisioneiros notórios, tais como Elizabeth I, Henrique VI e Ana Bolena. É também na Torre de Londres que as jóias da coroa britânica, ficam guardadas em uma camâra subterrânea. Menos valiosa mas igualmente curiosa é a colônia de corvos que habita a Torre e é protegida por decreto real. Segundo a lenda, o império ruirá no dia em que as aves pretas deixarem o lugar. Não deixe de ouvir as histórias contadas pelos "Beefeaters" (Yeomen of the Guard), guardas que servem como guias turísticos e contam as histórias mais sangrentas e macabras da Torre.





Covent Garden / Picadilly



É uma área pra pedestres, lojas transadinhas, um grande mercado, restaurantes e com muitas coisas acontecendo: shows de artistas nas ruas, grandes pechinchas e boas comidas! De lá sigam até a Piccadilly. A Royal Academy of Arts fica na própria Piccadilly. Esse site tem várias informações do que acontece nos arredores da Picadilly.


Soho / Leicester Square

Vale a pena andar um pouco mais e conhecer a Regent Street e a Oxford Street um pouco mais longe. O Soho é um bairro muito interessante e apesar de estar muitas ruas pra cima, vale a pena separar um tempo para andar em suas ruas. A Leicester Square é o famoso, iluminado e tumultuado quarteirão bem no coração londrino. É meio lugar do típico de turista, mas merece uma passadinha.

Londres - Capítulo 1/2

Londres é antíga, mas moderna; bem localizada, cosmopolita, porém organizada; agitada, inquieta, movimentada, no entanto extremamente gentil e polida. E este é o fator que mais impressiona num primeiro momento: a cortesia. É nesta cidade da Europa que o turista conhece a definição mais exata, tácita e empírica do termo "Lorde Inglês". Educação, polidez e cortesias que transbordam na forma como as pessoas se dirigem aos outros, na atmosfera dos ambientes, nos relacionamentos mais superficiais e que faz com que qualquer turista queira retornar para lá.




Exitem inúmeras atividades para descobrir, conhecer, ver e experimentar na capital londrina. São museus, castelos, galerias, parques, jardins, igrejas e diversos lugares imperdíveis do mundo antigo. É necessário no mínimo uns 5 dias inteiros para ao menos poder dizer, com um leve sotaque britânico: eu estive lá! Conhecer é apenas para os que conseguem identificar de olhos fechados as cervejas Lager, Ale, Pilsner e Stout.






De clima frio, nublado a maior parte do ano, em Londres tudo segue pontualmente como o horário do Big Ben. Uma das maravilhas é o Metrô. Se puder, use-o sem moderação e faça-o logo. Há mapas de bolso disponíveis gratuitamente em todas estações. É praticamente uma atração a parte. De escadas rolantes altíssimas, grandes e extensas galerias, segurança, rapidez e muita correria dos ingleses. Tome cuidado pois londrino anda correndo. No metrô permaneça sempre à direita. Não fique parado à esquerda (nem andando devagar) ou será derrubado.


No próximo post, darei um roteiro básico para quem tem muita disposição, pouca grana e tempo curto.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Salvador - Capítulo 3/3

OS INDEFECTÍVEIS:
Onde não esquecer de ir em Salvador


Pelourinho

Tombado pela Unesco, o bairro do Pelourinho ou Pelô (fundado em 1549) faz parte do Centro Histórico da cidade de Salvador. Com suas ruas de ladeiras, irregulares e antigas é recheada de lugares para comer, beber, dançar e comprar. Como lugar para comer com uma vista maravilhosa e um atendimento de primeira, sem perder a autenticidade baiana recomendo almoçar no Restaurante Escola do Senac. Instalado num casarão colonial, no Largo do Pelô, é considerado um dos melhores do país. Toda terça feira ocorre a lavagem do Bonfim, isto é, as baianas lavam ladeiras do Pelô com água de cheiro pontualmente as 19h. Tudo com muita música e alegria.

Elevador Lacerda

É um literalmente um elevador e cartão postal da cidade. Une a Cidade Alta à Cidade Baixa. Na cidade Alta está o centro histórico do Pelourinho e na Cidade Baixa, encontra-se entre outras atrações o Mercado Modelo e as barcas (que vão para Ilha de Itaparica, Morro de São Paulo e etc.).

Mercado Modelo

Um grande mercadão que vende tudo o quê que a baiana tem. Tem temperos, pimentas, óleos, azeites, artesanatos, camarões secos, bordados, lembrancinhas e etc. Recomendo concentrar suas compras por lá e não ceder aos inúmeros ambulantes.

Acarajés

O acarajé de Salvador devia se tornar patrimônio histórico da humanidade. Quem nunca o experimentou, corra agora, pegue um avião ou ônibus e vá comer, imediatamente. Experiência prazerosa inesquecível para o paladar. Existem diversas barracas e baianas em Salvador, sendo que os mais famosos são o Acarajé da Cira, Keka , Regina , Dinha . São tantas que em 1998, deu até briga judicial entre as Baianas Dinha e Regina, conhecida como “A Guerra dos Acarajés”, dividindo opiniões na cidade. No dia 17 de maio de 2008, a famosa quituteira e personagem deste espisódio, A Dinha faleceu e passou o tabuleiro para sua filha primogênita.

Praias

A Orla marítima de Salvador possui em torno de 50 km de belas praias e algumas não tão belas. São inúmeras que vão desde as mais próximas do Centro Histórico até o extremo oposto da cidade. Próxima do Centro está a Praia da Barra que além de ter águas calmas e quentes, também possui como atrativo o famoso Farol da Barra. Se distanciando mais um pouco se chega à Praia de Itapuã, depois à Praia de Stella Maris e do Flamengo. As duas últimas possuem águas mais agitadas (no entanto, igualmente mornas), propicias à prática de esportes e atraindo muita gente jovem.

Leia mais sobre SALVADOR aqui!!!

Muito axé para vocês!!!

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Salvador - Capítulo 2/3

Foto: Hotel visto do deque do mar
Recomendo como hospedagem o Hotel Sol Victoria Marina, pois é bem localizado, perto do Pelourinho, com muitos pontos de ônibus perto. Fica no início do famoso Corredor Vitória, por onde passam os trios elétricos, mas numa parte que é residencial e como fica na Baía de Todos os Santos, os quartos de fundo tem vista para a mesma (e com muita acuidade visual se pode ver uma pontinha da Ilha de Itaparica!) .







Além disso, tem um teleférico que desce até um deque. Lá há outra piscina, um restaurante e pode-se mergulhar no mar (foto abaixo).


Foto: Deque e piscina do alto do Hotel


Em Paris, o romance é vento constante; em Pompéia (esperem para os próximos posts) se sente uma libidinagem queimando e suando os poros; já em Salvador os misticismos, a religião, cultos e rituais são oxigênio. Há uma energia em todas as esquinas, corroborados por aromas de incenso, óleos de dendê, imagens antigas e a manutenção da liturgia de ancestrais africanos mesclados com o catolicismo. Particularmente não sou mística, nem tenho paranormalidade, não vejo almas, espíritos e sou uma rocha de sensibilidade. No entanto, aconteceu algo que me impressionou muito.

Foto: Baía de Todos Santos registrada do quarto
Como falei o hotel é bom, porém desde o 1º dia tive vários problemas, sendo obrigada a trocar de quarto 3 vezes. Tudo começou no 4º dia, por volta de meia noite (muito clichê, mas verdade!). Enquanto eu dormia, a minha descarga disparou sozinha e começou a inundar o quarto inteiro. Troquei e fui para outro. Neste, tudo era muito estranho: o ar-condicionado e frigobar faziam ruídos altos e esquisitos, sendo que nem tinha a vista do anterior (agora inundado) para a Baía (e Itaparica muito pequenininha). Neste ponto, eu gostaria de esclarecer que fiquei “morando” 25 dias no hotel. No dia seguinte troquei por outro, com vista. Era no 1º andar e ficava perto de uma caixa de força no corredor, que também fazia barulho (mas que não chegava a incomodar).

Então, depois de devidamente instalada, dormindo já que nem um bebê, eu descubro que o quarto era mal-assombrado. Não foi uma descoberta de imediato. Foi aos poucos. Minha campainha tocando várias vezes durante a madrugada e quando eu abria a porta, não tinha ninguém. Entrava no quarto, ligava todas as luzes, a TV, o rádio e, do nada, tudo apagava, me fazendo ir até a porta e recolocar o cartão-chave no interruptor geral. Sendo que no escuro eu via várias formas chegando pertinho de mim, como se quase quisessem tocar no meu rosto. Finalmente, chegaram os pesadelos. Foram 2! Em ambos eu levantava da cama, com meu pijama e conversava com várias pessoas. No 1º, elas estavam no meu quarto e não me deixavam sair, então fui ficando irritada, até que acordei. No 2º, eu descia até a garagem com um garoto e quando cheguei lá, havia um grupo enorme que pegaram minha chave do quarto e não queriam me devolver. Então eu fui ficando zangada e disse: “se vocês não querem me dar, eu vou embora daqui!”. O garoto então disse, meio desapontado: “Ah, menina, a gente só queria brincar um pouquinho!”. E acordei!

Foto: Ocaso em Itaparica fotografado do quarto
Neste ponto, vocês acham que pedi para mudar de quarto novamente, certo? Errado! Resolvi que no outro dia aqueles fantasmas iam ver com quem estavam mexendo e que a jiripoca ia piar muito alto. Afinal, eu já estava cansada de tantas noites sem dormir. Assim, no fim do dia, já preparada para encontrar um menino de triciclo no corredor, com o elevador abrindo uma enxurrada de sangue no melhor estilo O Iluminado, do Stephen King, entrei no quarto e conversei com todos eles. Falei (para o nada) que eu entendia a solidão deles, e se eles quisessem companhia, tudo bem da minha parte, eu ouviria (em sonho) desde que fosse sem sustos ou brincadeiras. Curiosamente, tudo ficou calmo desde então e mais nada aconteceu.

Desta forma, recomendo a todos que aproveitem para curtir o esoterismo ecumênico de Salvador com toda a coragem, alma e coração abertos a novas experiências. Como a minha, acreditem ou não!

Próximo post: “Os Indefectíveis”

quarta-feira, 30 de abril de 2008

COMUNICADO IMPORTANTE

Vão me chamar de esnobe, metida, exibida! Vão fazer perguntas do tipo: "o que eu tenho a ver com isso?", "precisava escrever isso?", "como um surdo-mudo fala com outro surdo-mudo andando de bicicleta?".

Entretanto, mesmo assim eu gostaria de informar que estarei ausente deste blog e do Estado do Rio de Janeiro, de hoje (quarta-feira) até domingo. Pois deu pra ti, baixo astral, vou pra Porto Alegre, tchau! Estarei lá, recolhendo material para próximos posts: Porto Alegre e Gramado. Assim, prometo andar como uma turista enlouquecida, criar calos, beber tudo que me derem, comer tudo que meu nariz disser sim, conhecer as entranhas de POA e cometer as piores baixarias possíveis.

Até mais, 5 leitores!

P.S. Eu cantava a música acima citada assim: "Meu quati, baixo astral, vou pra ..."

Salvador - Capítulo 1/3

Cheiro bom, de comercial de cerveja na praia e de óleo bronzeador. Vento quente na cara, noturno e refrescando calorosamente meu pescoço. Assim foram os primeiros minutos em Salvador.


Não estranhei, só justificou, legitimou e confirmou o porquê da atração e fascínio que a Bahia exerce nas pessoas. É aquilo tudo mesmo! As historias a cheiro de canela, pele morena e gosto de dendê deixadas por Jorge Amado. A vida devagar e intensa colocada em forma de música e poesia pelos Caymmi. Enfim, uma série de lugares-comuns que invadiram a minha cabeça fantasiosa e juvenil com a ajuda da mídia.


O povo é muito simpático. Muito mesmo! Aliás, os cariocas me desculpem, mas os baianos até agora são os mais simpáticos e engraçados. Também muito acolhedores e hospitaleiros. De uma forma despretensiosa e natural, pertencente aos que possuem isso cultivado, mastigado e legitimado por gerações e gerações de cultura receptiva.

E como são belos, os baianos! As mulheres são lindas. Bem brasileiras! Morenas, sinuosas, ondulantes, de belos rostos, cinturas finas e muito calipígias. Os homens são brilhantes, sedutores, fortes, seguros, com ginga e malícia. Em especial, os negros. E raro são os que não sabem dançar.

Não tem como não falar do sotaque. Para mim, curioso e fascinante. Possuem um jeito cantado, embalado de falar, como se estivessem ninando crianças, como avó embalando netos.

O curioso é que apesar desta forma cordial de levar a vida, dirigem muito rápido. MAS MUITO MESMO! Quase a ponto de serem barbeiros, mas sem ultrapassar (realmente, não é lenda) calma-lentice e tranqüilidade peculiar.

Quando eu aterrissei era em torno das 20h e peguei um táxi para o hotel. Walmir, taxista muito gente fina (quem quiser o telefone, me peçam que eu dou depois). Simpático, baixinho, calmo (claro) que conseguiu com sua tranqüilidade driblar pacientemente, sem buzinar, piscar, ou alterar o tom de voz se esquivar de um carro “muitcho locco” que cruzava a pista como um “pinball” e já tinha perdido todos os retrovisores. Óbvio que o motorista estava um pouco "alterado" pois quando ele não estava cochilando no volante, estava com um olhar fixo, vidrado e embaçado, de peixe em feira de rua. Seguia pela avenida, fechando todos, batendo na mureta de cimento (sim, cimento) na mesma velocidade constante de 100 km/h. E Walmir ali, controlado, nos falando do Senhor do Bonfim, da lavagem do Pelourinho e do Acarajé da Keka.

Continua depois do próximo post...

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Carta para um amigo viajante!

Viagem só é bom quando é a gente que vai. Quando é nosso melhor amigo, é ruim! Quando é por muito tempo, dói demais! Mas entendemos, pois dos amores que temos ao longo da vida, o menos egoísta é o da amizade. Já vivi esta perda no feminino e no masculino. Acabei transformando em algo bom: desculpas para aquietar minha comichão de querer seguir mundo afora visitando-os. Antes, no momento que o cérebro percebe o corte no coração, e a boca quer falar uma enciclopédia ainda consegui dizer para um deles:
“Agora eu sei! Mas só me lembrei depois, quando te vi pela primeira vez. Todos virando o rosto, sorrindo, enquanto você entrava pelo recinto. De cabelos ainda longos, encaracolados, renascentistas, confiante, brilhante, etéreo, familiar. Sentou do meu lado. Cumprimentou a todos, ainda rindo de volta para piadas ofertadas pelos que lhe conheciam. E falou comigo! Olhei para aquele verde! Sorri de volta! E... Lembrei de tudo. Como poderia esquecer a tua voz, os teus olhos e todas as vezes que nos encontramos antes de nos conhecermos novamente.

Acordei para todas as nossas lembranças, para as situações, os momentos, os sentimentos que passamos e ficaram guardados, sem resgate, num passado que não consigo identificar. Piadas que fizemos e rimos inúmeras vezes... Algumas sem graça nenhuma! Dores divididas, angústias expostas, segredos confiados.
Recordei de todos os personagens que fomos um para o outro. Um amigo, alegre, companheiro e irresistível, sempre pedindo mais uma cerveja, dividindo maços, conversando eternamente enquanto a madrugada deixasse, ouvindo sem julgar. Meu colega de turma, adiando trabalhos, fazendo provas juntos (finais até!), unidos em grupo, conversando com professores, participando de chopadas, fumando num hall amarelo velho. Um pai, tomando conta de mim em festas, bebedeiras, me apoiando (literalmente) após tombos e me ajudando nos machucados. Irmão mais velho, dando conselhos, fornecendo cuidados, carinhos e esperando em filas de banheiros femininos. Meu amante, de admiração estética, de preocupação com minha chegada em casa, de tesões compreensíveis, explicáveis, químicos e inexeqüíveis.

É deste jeito que eu sempre me senti contigo: como se nós já tivéssemos passado por tanta coisa juntos e por algum motivo nos afastamos, dormimos, sonhamos, esquecemos, acordamos e nos reencontramos. Com toda a intimidade, amizade, união e companheirismo intactos, dispostos a novas aventuras juntos. E desta vez, ter você ao meu lado, me acompanhando, me trouxe tanta alegria e felicidade no nosso pouco tempo que não há verbalização possível dentro de mim para te elogiar, ou te dizer o quanto te amo.

Além de tudo dito, mais lá para cima (que você manteve dos nossos outros encontros), foi também recente, conquistado, legitimado, marcante e curto. Você vai para longe e a geografia me obriga a não te ter mais tão cotidiano. Vou me quebrar por dentro de tantas saudades tuas, pois queria que fosse mais longo desta vez, queria ter mais chance de nos convivermos. Mas é inevitável e necessário a tua ida! Então, meu querido, meu lindo, vai e seja tudo o que você me fez recordar que você é! Tenho certeza que vai ser bom, que você vai ser muito feliz e bem sucedido na sua vida estrangeira. Logo, logo vai se sentir em casa lá, conhecerá coisas novas, viverá tudo intensamente e terás inúmeros novos amigos.

E quando você voltar saiba que estarei aqui, sempre, te aguardando para mais um período juntos. Só que desta vez, não terei te esquecido. Prometo!”

Paris - Capítulo 3/3: isso dói mais em mim do que em você!

Antes de deixar Paris, já que é preciso, mesmo ela não largando de meu peito, abaixo seguem um resumo dos lugares imperdíveis:

Torre Eiffel –Não economize, vá até o último nível, sinta medo no elevador quando começar a subir (vídeo abaixo) e ao chegar lá fique horas observando a cidade toda. A dica de ouro é pegar o metrô e saltar na estação Trocadero (se fala Trocaderôu). Pois você sai da estação e dá de cara com ela, ali no horizonte, linda, alta, metalica, magra, necessária. Se prepare para filas, são enormes para conseguir entrar no elevador, a não ser q vc seja mais aventureiro e resolva ir de escada. Eu estava de ressaca, entao no dia que fui, alem da dor de cabeça, boca seca, moleza, querendo um poço artesiano de água só pra mim, um pombo gordo francês ainda premiou meus cabelos lisos e sedoso com suas fezes. Mesmo todo mundo dizendo q era sorte, prestem atenção ao andar embaixo da Torre.



Museu do Louvre – É enorme, gigantesco, real, prodigioso. E tem uma pirâmide de vidro em frente! Ainda não sei o que pensar sobre isso. Reservei uma tarde (em torno de 4 horas). Foi pouco! No mínimo 1 dia! As galerias de arte egípcia e de pintores renascentistas me fizeram chorar. De admiração e de raiva por não poder ficar ali por mais 33 anos. Pensamentos cleptomaníamos percorreram minha mente, mas minha educação, moral, ética e reponsabilidade social me proibiram veemente. Ah, e parem com esta obsessão pela Mona Lisa. Sim, é legal ir vê-la. Mas falar só disso cansa, era um tal de Mona Lisa isso, Mona aquilo, pq a Mona blablabla, Mona, Mona, Mona… Quando eu cheguei perto pensei eu quero que a Mona vá para a @$%$¨&. Por que eu tenho que gostar dela? Mona vai TADPNCDC! Então o fato é que O Louvre tem tantas coisas maravilhosas. Procurem seu tesouro de infância misterioso e indecifrável.



George Pompidour – Ou Bourbour pros íntimos. Para quem não conhece, vou falar baixinho de vergonha, ele é um Museu de Arte Contemporânea. E eu amei! Pronto, disse! Por fora, com estruturas aparentes, escadas e grades. Por dentro, quente, aprazível com muitos conhecidos em cada esquina. A cada “amigo” que encontrava era uma festa: Picasso, Kandinsky, Miró, Matisse, quanto tempo! Que saudade!





Catedral Notre Dame – É uma festa para os olhos e um inferno para os detalhistas. Existe um dia na semana que ocorre uma missa com coral de canto Gregoriano. Lindo! À noite muitas pessoas ficam bebendo e conversando em frente. Amei os gárgulas espalhados pelo alto das varandas. Fiquei procurando Quasímodo, mas ele não apareceu para mim! Muita timidez, eu entendo!













Sacre-Coeur (se pronuncia Sacrequér) e Montmartre – Catedral e bairro, respectivamente, de personalidade cativantes e adoráveis como um romance francês aos 17 anos. Mesmo não tendo uma grandiosidade, a Catedral (que fica no alto do bairro de Montmartre, tendo uma vista panorâmica maravilhosas) é de uma lindeza que não existe deste lado do Atlântico. O bairro é recheado de poesia, artistas, pintores e cafés. Parecido com Santa Teresa em função das suas ladeiras. Curiosidade: lá foram filmadas várias cenas do filme “O fabuloso destino de Amélie Poulan”.

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Paris - Capítulo 2/3: da realeza à boemia, casa comigo?

Vocês podem achar que é exagero, mas não é não! Paris é a cidade mais linda do mundo! Ok! Abro algumas exceções tendo em vista que não conheço o mundo inteiro! Mas ela deve ser vista ao menos 1 vez na vida antes que qualquer ser humano morra.

Uma amiga minha a definiu da seguinte maneira: como se tivéssemos voltado no tempo da monarquia, com casas, jardins e toda a pompa francesa, com tudo intacto. Ela tava certa. Os prédios, as ruas, os jardins, as fontes, igrejas, ainda parecem (assim eu imagino) como eram nos tempos da corte. Sendo que agora, ao invés de morar algum nobre francês, abrigam lojas da Prada, Dior, Beneton, D&G, etc. É o novo se fundindo ao antigo, com respeito e mantendo cada um sua particularidade.

O ar de Paris nos empurra para a rua. Faz-nos querer andar, nos aventurar por ruelas, becos, museus, jardins, labirintos, palácios, catedrais, etc. Experimentar as diversas comidas, todas preparadas com cuidado na mistura dos sabores. Queremos conhecer as misturas dos diversos povos que ali passam: árabes, latinos, irlandeses, croatas, egípcios, chineses, indianos, africanos.


Paris tem um clima boêmio, quase hedonista dos que apreciam as boas coisas da vida, como comidas, bebidas, musica, cultura, enfim o belo. E é justamente por esta cultura de “aproveitar a rua, o espaço público” que sua noite ferve de gente querendo ficar até de manhã, conversando em cafés, indo à boates, bebendo em alguma praça, olhando para a Catedral de Notre Dame ou brindando as margens do Rio Sena. De dia, é convite para conhecê-la e à noite ela te dá os prazer carnais. É para aproveitar com todos os sentidos, sem culpa, sem limites.

Sempre ouvi dizer que os franceses são metidos, esnobes e frios. Não é assim. Eles são educados e portanto gostam de um “bonjour” ou “bonsoir”. O primeiro contato é tudo e em qualquer abordagem deve-se mostrar cordialidade (experiência que trago para o meu dia-a-dia brasileiro). Em quase todas as situações fui tratada muito bem e todos foram solícitos, principalmente, ao dar informações. Isto não significa que eles faziam piadas ou abriam sorrisos enormes. É o jeito deles. E de uma forma geral, foram legais e prestativos. A única verdade é que algumas pessoas e lugares fedem. Meu nariz não parava de “reclamar” disso o tempo todo no meu “ouvido”.

O “problema” é que Paris tem muita coisa para ver e fazer. Só o Museu do Louvre levaria uns 5 dias para ver sua coleção. Então, recomendo que ou se fique no minimo 10 dias ou então parcele tudo, priorizando em cada viagem os melhores lugares. Quando fui, fiz um roteiro separando em manhã e tarde para cada programa. Na maior parte do planejamento isso funciona, a não ser que você cometa o meu erro: beber muito e perder a manhã toda de uma viagem.

No próximo post segue a nossa jornada parisiense, com as descrições dos lugares extasiamente visitados...

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Paris - Capitulo 1/3: paixão a 1ª vista, me conte tudo sobre você, como te encontro, no meu ou no seu apto.?)

Perdoem-me os astrofísicos, mas a Terra não gira ao redor do Sol. Na verdade, o Sol é que gira ao redor de Paris!
Antiga, intacta, apaixonante, cosmopolita, dinâmica, boêmia e transbordando de cultura. Assim, você, viajante entusiasmado, se ajoelha, chora e rende-se à sua beleza. E já há muito tempo. Aliás, desde a pré-história Paris vem sendo ocupada pelos homens (alguns utensílios arqueológicos de no mínimo 40.000 anos, foram encontrados nas margens do Rio Sena). E com o passar do tempo, aquela região virou um caminho percorrido por vários povos.

Os Parisii (daí a origem do nome da cidade), foram povos gauleses que primeiro se instalaram. Então, no ano de 52 a.C. vieram os romanos e fundaram uma cidade no mesmo lugar (Lutécia). O auge do Império Romano expandiu Paris e sua queda levou os habitantes da cidade a fugir da invasão germânica. Na idade média (508 d.c.), foi, então, ocupada pelos Merovíngios, depois chegaram os Vikings, os Borguinhões e assim numa sucessão de fatos historicamente essenciais para a galáxia (Guerra dos 100 anos, Revolução francesa, Delírios Napoleônicas, Comuna de Paris e etc.). Ou seja, Paris é e sempre foi uma região que atrai e encanta o homem.

Do RJ, se chega a Paris em aproximadamente 11h. É longe, mas não é Marte! De todas as maneiras (clássicas e rápidas) de se aterrissar em solo parisiense, a melhor, mais linda, romântica é de trem. Não é o mais barato e se deve estar em outro país da Europa (dã!) para fazê-lo, mas vale a penas pois eles são charmosos, bem estruturados, pontuais, bem localizados (a maior parte possui conexão com metrô) e ainda permite a reflexão, o espaço e a sensação de movimento que uma viagem deve ter.
Recomendo ir de trem por Londres, pois se atravessa pelo Canal da Mancha, isto é, por baixo d'água. Mas não me venham com ilusões! Das 2h30 de viagem, serão 30 minutos de um túnel escuro e negro que destruiu a minha fantasia de criança onde eu veria cardumes de peixinhos, arraias, tubarões, golfinhos e monstros submarinos pelo vidro.

O outro motivo para chegar de trem é evitar o Aeroporto Charles de Gaule. O Aeroporto Charles de Gaule é grande, barulhento, tumultuado, angustiante e desanimador. Um ponto de conversão, passagem e mistura mundial. Aviões aterrisando, decolando e cruzando o céu parisiense como num jogo da velha. Pessoas dos lugares mais diversos passando, em ritmo acelerado, esbarrando, correndo, misturados, sem paciência para cordialidade ou simpatia. Terminais com distâncias infindáveis entre si. Praticamente uma mistura de rodoviária da capital de algum país do 3º mundo com a Arca de Noé. E Paris não é assim! Não merece esta 1ª impressão.
Ao escolher o lugar para se ficar em Paris, recomendo o centro (que corresponde ao raio de 10 km em torno daquela ilhota no meio do Sena, onde se instalaram o visionários gauleses, chamada Ile de lá Cite)! E aqui o turista tem que escolher a sua prioridade: custo ou conforto. Se a prioridade for custo recomendo os Albergues. Existem vários muito bons como o D'Artagnan, que não deixam nada a desejar em limpeza e atendimento. No entanto, se tiver um dinheiro a mais, pode-se ficar perto do centro, pagando 90 euros pela diária de casal. O Hotel Acacias é uma ótima opção, pois fica próximo de Montparnasse e do Jardim de Luxemburgo, numa rua com inúmeras lojas. Outra opção de hotel são os da Rede Etap (diárias de casal em torno de 50 euros) que ficam mais afastados do centro, mas acessíveis por metrô ou ônibus.
Porém, o melhor, o ideal, o magnífico é ter amigos que possam lhe hospedar e ainda mostrar Paris. Não para retribuir favores, não para fazer companhia, nem por interesses futuros ou serem simpáticos, mas somente porque a saudade é grande e pinica no peito com agulha de crochê. Infelizmente, sou muito ciumenta e meus amigos que lá estão, são apenas meus! Não me peçam, pois não poderei lhes apresentar!


Continua no próximo post...

segunda-feira, 24 de março de 2008

Recomendações iniciais (não basta querer, tem que planejar!)

Abaixo seguem umas dicas básicas e clássicas (quase um vestido Channel preto) para se mandar mundinho a fora.

1 -Planejamento é uma etapa fundamental... e até pode ser divertido! Pesquise, googling, veja mapas, fale com as pessoas, calcule o tempo e custo, verifique a documentação necessária (alguns países exigem visto, além do passaporte), vacinas, endereços de consulados e embaixadas, etc. E mais do que isso, ANOTE tudinho! Coloque num papel (até no verso do RID da Uerj mesmo). Isso ajuda bastante, pois a viagem começa a tomar forma e se visualiza melhor alguns detalhes não pensados.

2- A mala. Drama Queen de qualquer viagem! Não se desespere! Siga sempre o princípio básico de levar pouca roupa (sério, pouca mesmo.). E se você não for se isolar numa tribo africana sem luz elétrica, água encanada e comida pronta, também leve somente o essencial para uma boa higiene. E para carregar estas poucas coisinhas, recomendo as mochilas grandes, daquelas com rodinhas (MODELO ABAIXO).

As malas comuns e antigas, de rodas, são resistentes e tem espaço maior, no entanto o material em si já pesa bastante. No começo, ali pelo arredor do aeroporto pode até parecer que não. Mas turista que se preze percorre muitos lugares (imperdíveis) onde é impossível arrastá-las, pois existem escadas, ladeiras, irregularidades no chão, buracos. Neste momento, o cachorro não será mais seu melhor amigo, mas sim o seu ombro. É só levantar e pendurar nas costas, pois por mais pesada que esteja, vai ser, ainda assim, mais confortável que segurar no braço. Para as mulheres (como eu) que acham pouco levar apenas 1 mochila de rodas, recomendo então adicionar mais uma, menor nas costas e assim ir para a viagem com: 1 mochila de rodas, outra (sem rodas) nas costas e uma bolsa de mão grande, chique, fashion e que combinará com tudo. Vão por mim, peruas do mundo, é o suficiente.

Éramos duas pessoas e duas mochilas, em Siena (Itália), de carro alugado. Acima, eu com a mochila amiga de rodinhas (com as coisas de meu companheiro de viagens já que é maior) no chão e de bolsa prata (contendo documentos e dinheiro trocado)! E abaixo com a mochila menor já nas costas (com minhas coisistas, ladeira acima até a cidade medieval). O carro foi deixado do lado de fora da cidade e dos muros, pois só alguns (moradores, comerciantes e etc.) podem circular de carro lá dentro.





3- Não use pacotes turísticos fechados. Calma, calma, calma, diminuam a vaia e me deixem falar! Este assunto é particular e gera uma certa celeuma, então o que vou dizer não é uma regra, mas uma opinião de quem se coça ao pensar em todas as coisas a serem visitadas pelo mundo já que muitas pessoas não têm aquela comichão inquieta de viajante descobridor dentro de si (como eu). Uma coisa que todo bom viajante sabe é que não se conhece um lugar a não ser andando nas ruas, pegando os transportes públicos, indo em restaurantes não turísticos e conversando com as pessoas do lugar. E para isso, mesmo que você se sinta tentado a ir numa agência e deixá-la organizar tudo, desde passagens até os horários em que você come, eu ainda prefiro ver sozinha, decidir por minha conta e aprender tudo empiricamente. Afinal, quando em Roma, aja como um romano!

4- Sua mãe tinha razão: não confie em estranhos! Em todos os lugares existem pessoas com má fé, que querem se aproveitar dos outros. Turista é um dos alvos preferidos, até por conta do sentimento de “peito aberto para o novo” que temos ao viajar. Assim, se alguém se aproximar com oferecimentos, descontos ou vantagens suspeitos que não constam em nenhum guia, que lhe soam perigoso de alguma forma, caia fora da situação o mais rápido possível!

5- Se arme de todas as formas contra emergências que possam acontecer no meio da excursão. Óbvio que não estou sendo agourenta com vocês meus 5 leitores, nem quero o mal de ninguém, mas a verdade é pelada e não está cozida. Assim:
- Leve sempre um cartão de crédito, em caso de emergência;
- Durante as viagens, espalhe o dinheiro em vários lugares do corpo (ops, sem duplo sentido!). Faça vários montinhos e coloque distribuído na jaqueta, na calça, roupa (com zíper, né?), no sapato, etc.
- Use cadeado na mala sempre que for despacha-la ou sair do hotel;
- Anote telefone e endereços de algum conhecido ou amigo o qual possa dar como referência ou pedir ajuda

6- Tenha compromisso cívico! Preste atenção às suas ações. Eu sei que é muito bom sair por aí, pirar, fazer besteira na casa dos outros e voltar. Mas o fato é que quando estamos fora do nosso país representamos também nossa pátria, suas culturas e valores. Infelizmente, se toma uma sociedade inteira por poucos indivíduos, então pense nos atos lá fora para que eles não destruam a imagem do nosso povo (brasileiro, sofrido, “de uma gente que ri quando deve chorar, e não vive, apenas agüenta”).

Apresentação: o que é? Como funciona a "parada"? Se come com garfo e faca ou com a mão?

Num mundo perdido, se acha tudo (e muitos até "se tem certeza"). Aqui serão encontrados relatos, descrições, dicas, sugestões e outros "achados" a respeito de diversos lugares deste nosso mundão vasto e fértil que vale a pena viajar. Assim, vocês meus caros 5 leitores, poderão saber onde ir, o que comer, beber, como se comportar e até evitar roubadas como caravanas histéricas para o Paraguai, pacotes que percorrem 54 países em 5 dias ou cruzeiros de velhinhas com um cantor brega a bordo.

Assim, a função deste post é fazer relatos (nunca sucintamente, já que me imputam o crime de ser prolixa) sobre viagens, tendo como base a minha experiência profissional, curiosa e amadora sobre esta arte que nasce no coração, percorre um guichê de avião e anda por aí, se misturando na multidão. Viajar é assim! É querer conhecer. Amar o fato de estar. Descobrir sozinho o que já foi revelado.

Os posts sobre lugares terão uma estrutura mínima contendo: a história (não, não façam cara feia, prometo que vou escrever de uma forma bem divertida), o povo, hábitos, lugares imperdíveis e fontes (neste caso, não são chafarizes, mas referências aonde eu busquei minhas informações e aonde, vocês meus 5 leitores, podem saber mais). Além disso, farei posts sobre o próprio ato de viajar, com recomendações, dicas, observações, alertas, puxões de orelhas, firulas, advertências, circunlóquios, apreciações e críticas.

segunda-feira, 17 de março de 2008

Começo da viagem

O espaço a fronteira final... Retorno das férias (que férias) e conheci a Carla. Professora legal pacas (eu adoro gírias velhas, aliás vivo repetindo isso) que deu como tarefa (aqui na minha unica, querida, amada, salve, salve UERJ) construir um blog. Este nasceu assim, metido, se achando, falando pelos cotovelos, se perdendo, comentando, pegando metrô, correndo de mochila nas costas, com a língua seca pendurada para fora da boca e postando sobre os lugares que percorri. Boa viagem e espero que os meus 5 leitores fiéis se divirtam tanto quanto eu. E claro também se aventurem no mundo real, achando e se perdendo pelo mundo... Audaciosamente indo onde nenhum homem jamais esteve!