quarta-feira, 7 de maio de 2008

Salvador - Capítulo 2/3

Foto: Hotel visto do deque do mar
Recomendo como hospedagem o Hotel Sol Victoria Marina, pois é bem localizado, perto do Pelourinho, com muitos pontos de ônibus perto. Fica no início do famoso Corredor Vitória, por onde passam os trios elétricos, mas numa parte que é residencial e como fica na Baía de Todos os Santos, os quartos de fundo tem vista para a mesma (e com muita acuidade visual se pode ver uma pontinha da Ilha de Itaparica!) .







Além disso, tem um teleférico que desce até um deque. Lá há outra piscina, um restaurante e pode-se mergulhar no mar (foto abaixo).


Foto: Deque e piscina do alto do Hotel


Em Paris, o romance é vento constante; em Pompéia (esperem para os próximos posts) se sente uma libidinagem queimando e suando os poros; já em Salvador os misticismos, a religião, cultos e rituais são oxigênio. Há uma energia em todas as esquinas, corroborados por aromas de incenso, óleos de dendê, imagens antigas e a manutenção da liturgia de ancestrais africanos mesclados com o catolicismo. Particularmente não sou mística, nem tenho paranormalidade, não vejo almas, espíritos e sou uma rocha de sensibilidade. No entanto, aconteceu algo que me impressionou muito.

Foto: Baía de Todos Santos registrada do quarto
Como falei o hotel é bom, porém desde o 1º dia tive vários problemas, sendo obrigada a trocar de quarto 3 vezes. Tudo começou no 4º dia, por volta de meia noite (muito clichê, mas verdade!). Enquanto eu dormia, a minha descarga disparou sozinha e começou a inundar o quarto inteiro. Troquei e fui para outro. Neste, tudo era muito estranho: o ar-condicionado e frigobar faziam ruídos altos e esquisitos, sendo que nem tinha a vista do anterior (agora inundado) para a Baía (e Itaparica muito pequenininha). Neste ponto, eu gostaria de esclarecer que fiquei “morando” 25 dias no hotel. No dia seguinte troquei por outro, com vista. Era no 1º andar e ficava perto de uma caixa de força no corredor, que também fazia barulho (mas que não chegava a incomodar).

Então, depois de devidamente instalada, dormindo já que nem um bebê, eu descubro que o quarto era mal-assombrado. Não foi uma descoberta de imediato. Foi aos poucos. Minha campainha tocando várias vezes durante a madrugada e quando eu abria a porta, não tinha ninguém. Entrava no quarto, ligava todas as luzes, a TV, o rádio e, do nada, tudo apagava, me fazendo ir até a porta e recolocar o cartão-chave no interruptor geral. Sendo que no escuro eu via várias formas chegando pertinho de mim, como se quase quisessem tocar no meu rosto. Finalmente, chegaram os pesadelos. Foram 2! Em ambos eu levantava da cama, com meu pijama e conversava com várias pessoas. No 1º, elas estavam no meu quarto e não me deixavam sair, então fui ficando irritada, até que acordei. No 2º, eu descia até a garagem com um garoto e quando cheguei lá, havia um grupo enorme que pegaram minha chave do quarto e não queriam me devolver. Então eu fui ficando zangada e disse: “se vocês não querem me dar, eu vou embora daqui!”. O garoto então disse, meio desapontado: “Ah, menina, a gente só queria brincar um pouquinho!”. E acordei!

Foto: Ocaso em Itaparica fotografado do quarto
Neste ponto, vocês acham que pedi para mudar de quarto novamente, certo? Errado! Resolvi que no outro dia aqueles fantasmas iam ver com quem estavam mexendo e que a jiripoca ia piar muito alto. Afinal, eu já estava cansada de tantas noites sem dormir. Assim, no fim do dia, já preparada para encontrar um menino de triciclo no corredor, com o elevador abrindo uma enxurrada de sangue no melhor estilo O Iluminado, do Stephen King, entrei no quarto e conversei com todos eles. Falei (para o nada) que eu entendia a solidão deles, e se eles quisessem companhia, tudo bem da minha parte, eu ouviria (em sonho) desde que fosse sem sustos ou brincadeiras. Curiosamente, tudo ficou calmo desde então e mais nada aconteceu.

Desta forma, recomendo a todos que aproveitem para curtir o esoterismo ecumênico de Salvador com toda a coragem, alma e coração abertos a novas experiências. Como a minha, acreditem ou não!

Próximo post: “Os Indefectíveis”