quarta-feira, 9 de abril de 2008

Paris - Capitulo 1/3: paixão a 1ª vista, me conte tudo sobre você, como te encontro, no meu ou no seu apto.?)

Perdoem-me os astrofísicos, mas a Terra não gira ao redor do Sol. Na verdade, o Sol é que gira ao redor de Paris!
Antiga, intacta, apaixonante, cosmopolita, dinâmica, boêmia e transbordando de cultura. Assim, você, viajante entusiasmado, se ajoelha, chora e rende-se à sua beleza. E já há muito tempo. Aliás, desde a pré-história Paris vem sendo ocupada pelos homens (alguns utensílios arqueológicos de no mínimo 40.000 anos, foram encontrados nas margens do Rio Sena). E com o passar do tempo, aquela região virou um caminho percorrido por vários povos.

Os Parisii (daí a origem do nome da cidade), foram povos gauleses que primeiro se instalaram. Então, no ano de 52 a.C. vieram os romanos e fundaram uma cidade no mesmo lugar (Lutécia). O auge do Império Romano expandiu Paris e sua queda levou os habitantes da cidade a fugir da invasão germânica. Na idade média (508 d.c.), foi, então, ocupada pelos Merovíngios, depois chegaram os Vikings, os Borguinhões e assim numa sucessão de fatos historicamente essenciais para a galáxia (Guerra dos 100 anos, Revolução francesa, Delírios Napoleônicas, Comuna de Paris e etc.). Ou seja, Paris é e sempre foi uma região que atrai e encanta o homem.

Do RJ, se chega a Paris em aproximadamente 11h. É longe, mas não é Marte! De todas as maneiras (clássicas e rápidas) de se aterrissar em solo parisiense, a melhor, mais linda, romântica é de trem. Não é o mais barato e se deve estar em outro país da Europa (dã!) para fazê-lo, mas vale a penas pois eles são charmosos, bem estruturados, pontuais, bem localizados (a maior parte possui conexão com metrô) e ainda permite a reflexão, o espaço e a sensação de movimento que uma viagem deve ter.
Recomendo ir de trem por Londres, pois se atravessa pelo Canal da Mancha, isto é, por baixo d'água. Mas não me venham com ilusões! Das 2h30 de viagem, serão 30 minutos de um túnel escuro e negro que destruiu a minha fantasia de criança onde eu veria cardumes de peixinhos, arraias, tubarões, golfinhos e monstros submarinos pelo vidro.

O outro motivo para chegar de trem é evitar o Aeroporto Charles de Gaule. O Aeroporto Charles de Gaule é grande, barulhento, tumultuado, angustiante e desanimador. Um ponto de conversão, passagem e mistura mundial. Aviões aterrisando, decolando e cruzando o céu parisiense como num jogo da velha. Pessoas dos lugares mais diversos passando, em ritmo acelerado, esbarrando, correndo, misturados, sem paciência para cordialidade ou simpatia. Terminais com distâncias infindáveis entre si. Praticamente uma mistura de rodoviária da capital de algum país do 3º mundo com a Arca de Noé. E Paris não é assim! Não merece esta 1ª impressão.
Ao escolher o lugar para se ficar em Paris, recomendo o centro (que corresponde ao raio de 10 km em torno daquela ilhota no meio do Sena, onde se instalaram o visionários gauleses, chamada Ile de lá Cite)! E aqui o turista tem que escolher a sua prioridade: custo ou conforto. Se a prioridade for custo recomendo os Albergues. Existem vários muito bons como o D'Artagnan, que não deixam nada a desejar em limpeza e atendimento. No entanto, se tiver um dinheiro a mais, pode-se ficar perto do centro, pagando 90 euros pela diária de casal. O Hotel Acacias é uma ótima opção, pois fica próximo de Montparnasse e do Jardim de Luxemburgo, numa rua com inúmeras lojas. Outra opção de hotel são os da Rede Etap (diárias de casal em torno de 50 euros) que ficam mais afastados do centro, mas acessíveis por metrô ou ônibus.
Porém, o melhor, o ideal, o magnífico é ter amigos que possam lhe hospedar e ainda mostrar Paris. Não para retribuir favores, não para fazer companhia, nem por interesses futuros ou serem simpáticos, mas somente porque a saudade é grande e pinica no peito com agulha de crochê. Infelizmente, sou muito ciumenta e meus amigos que lá estão, são apenas meus! Não me peçam, pois não poderei lhes apresentar!


Continua no próximo post...

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